Dr Ruy Macedo

Aranha Armadeira - Phoneutria Nigriventer

Cor cinza ou castanho escuro, corpo e pernas com pêlos curtos, podem atingir até 17cm quando adultas, incluindo as pernas (corpo: 4 a 5 cm). Que tem por habitat natural as residências e seus arredores, bananeiras e folhagens de jardim. Costumam viver escondidas em lugares escuros, vegetação, calçados, etc., de onde saem para caçar, em geral à noite.

Por serem muito agressivas os acidentes são comuns causando dor intensa no local da picada, geralmente irradiando para a raiz do membro acometido. Podendo ser graves para crianças menores de 7 anos pois é possível ocorrer choque neurogênico após a picada.

Ação do veneno:

Neurotóxica (periférica)

Complicações:

  • Choque

  • Colapso cardio circulatório

  • Edema Agudo de Pulmão

Tratamento:

Deve ser feito o mais rápido possível nos pacientes que apresentam manifestações sistêmicas.

Basicamente o tratamento consiste na analgesia, pela infiltração local, ao redor da picada, de aproximadamente 4 ml de anestésico do tipo lidocaína a 2%, sem vasoconstritor.

Se necessário, repetir a mesma dose uma e duas horas após.

A soroterapia está sempre indicada quando estiver presente o choque neurogênico, em crianças menores de sete anos de idade e adultos com dor persistente após tratamento sintomático.

O tratamento complementar da dor local com banho de imersão, analgésicos e sedativos pode ser utilizado. Os mesmos cuidados referidos para a soroterapia antibotrópica devem ser tomados quando da administração do soro antiaracnídeo.


Casos Leves:

Manifestações locais: Os sinais e sintomas são precoces

  • Dor local intensa, imediata, localizada e presente na maioria dos casos. Ocorre logo após a picada, sua intensidade é variável e pode ser descrita como ardor, queimação ou agulhada, pode se irradiar por todo o membro afetado.

  • Edema, eritema, piloereção e sudorese

Manifestações sistêmicas: náuseas, bradicardia e agitação

  • Combater a dor – Bloqueio anestésico local ou troncular

  • Observação por 12 horas, principalmente em crianças com menos de 8 anos.

  • Não se faz a soroterapia.


Casos Moderados:

Manifestações locais

Manifestações sistêmicas:
Ocorrem após alguns minutos:
Agitação, sonolência, sudorese, náuseas, vômitos, hipertensão, taquicardia e taquipneia, salivação excessiva, sudorese, tremores, priapismo, podendo levar ao choque neurogênico em casos graves

  • Combater a dor – Bloqueio anestésico local ou troncular

  • Observação por 24 horas

  • Soroterapia: 2 a 4 ampolas IV


Casos Graves:

Manifestações locais não são frequentes

Manifestações sistêmicas:
Sudorese e vômitos profusos, lacrimejamento, sialorreia, agitação, hipertensão, taquicardia e taquipneia, tremores, espasmos musculares.

  • Combater a dor – Bloqueio anestésico local ou troncular

  • Internamento hospitalar

  • Monitoração das funções vitais

  • Soroterapia: 5 a 10 ampolas IV

Observação: Crianças e adultos devem receber a mesma dose de soro.